O JULGAMENTO DE LULA – Por Rev. Wellington Ricardo

Rev. Wellington Ricardo - Pastor da  Igreja Presbiteriana Simonton Conselheiro Pena
Rev. Wellington Ricardo – Pastor da Igreja Presbiteriana Simonton Conselheiro Pena

Política nunca foi meu tema principal, e, portanto, seria temerário caminhar por estas tortuosas trilhas. Melhor deixar para aqueles que sabem fazer uma análise mais ampla, profunda e apropriada para a ocasião. Não me cabe dizer se Lula é inocente ou culpado, isto é a lei que determina, mas acho interessante analisar o problema da justiça em si.
A ausência de justiça é o maior problema de uma civilização. Com muita sabedoria Salomão falou deste tema três mil anos atrás: “Quando o justo governa, o povo se alegra, mas quando o ímpio domina, o povo geme” (Pv 29.2). Poderes são facilmente corrompidos, pela influência e fascínio que ele exerce. Portanto, quando o Executivo e o Legislativo são corruptos, mas o Judiciário se mantém íntegro, é possível recuperar tudo, mas quando este “poder” se presta a interesses de grupos econômicos ou pessoais, tal nação está falida.
A aplicação da justiça não tem efeito apenas no transgressor, mas modela e aponta a direção para uma etnia, um povo, uma nação inteira. A impunidade de hoje torna-se encorajadora para os injustos e aproveitadores. A correta punição, por outro lado, é uma ameaça e desestímulo àqueles que se julgam acima da lei. Líderes sem caráter em nosso país surtaram há muito tempo, contando sempre com a benevolência do sistema, e com a força de bons advogados e juristas. O julgamento de Lula aponta a direção da nação. É preciso caminhar nesta luta, e não parar na esfera federal; há muito ainda a ser feito nas instâncias menores. Se a justiça prevalecer, uma nova nação poderá ser construída, caso contrário, o povo vai continuar gemente sendo dominado pelo ímpio.
Uma nação sob a égide da injustiça e desigualdade desemboca na anarquia. Na Antiga lei mosaica lemos: “Juízes e oficiais constituirás em todas as cidades que o Senhor, teu Deus, te der entre as tuas tribos, para que julguem o povo com reto juízo. Não torcerás a justiça, não farás acepção de pessoas, nem tomarás suborno; porquanto o suborno cega os olhos dos sábios e subverte a causa dos justos. A justiça seguirás, somente a justiça, para que vivas e possuas em herança a terra que te dá o Senhor, teu Deus” (Dt 16.18-20). O suborno traz graves problemas degenerativos, e subverte a ordem. Por isto, Moisés foi tão enfático na aplicação da justiça. Uma nação alicerçada no engano, dissimulação, mentira não tem base sólida para se sustentar.
Por isto o julgamento de Lula se torna tão relevante. Ele é paradigmático, pedagógico e didático. A tendência política é a polarização partidária, que não interessa em nada no momento. Li uma sarcástica frase que dizia: “Neste momento, tentar defender qualquer lado político, é o mesmo que defender a fidelidade num bordel”. É preciso ir mais fundo. Há muita coisa a ser feita em todos os poderes, segmentos e autarquias que precisam ser investigados para se crie uma nova consciência de justiça e valor.
O Deus criador do céu e da terra, em sua infinita Graça, Bondade e Misericórdia nos conduza, assim, como nação.

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