POR QUE TER OU NÃO FILHOS – Por Greice Bellize

Greice é enfermeira servidora do município

Até pouco tempo atrás, pensava-se que todo mundo queria encontrar um companheiro e ter filhos. Isto veio mudando de forma radical. No Ocidente, a decisão de não ter descendência se transformou em uma tendência. São muitos os homens e mulheres que não querem ou preferem não ter filhos.
Os motivos que defendem os que participam desta tendência são muitos. Vão desde um desejo pessoal até a ideia de que trazer novas vidas contribui para o desequilíbrio social e ecológico do mundo. Seja como for, o fato é que cada vez o tabu é menor em torno dessa decisão, e isso se aplica a praticamente todas as sociedades do mundo.
O resultado desta opção que veio ganhando adeptos se mostra de forma clara nas pirâmides de população da maioria dos países desenvolvidos: estamos entrando em um mundo onde cada vez existem mais idosos a e menos jovens.
Muitos pensam e defendem com argumentos que ter filhos tira a liberdade e provoca complicações. A criação exige um tempo que muitas pessoas não estão dispostas a investir. Para eles, ter um filho e educá-lo não tem nada de interessante e, em vez disso, tem muito de extenuante. Aparentemente, somente a profissão e a vida social são suficientes para dar sentido à vida, ou os filhos não valem a pena pelo investimento que implica a sua educação responsável.
Segundo uma pesquisa realizada na Europa e chamada de ‘Childlessness in Europe’ (2015), os motivos para não ter filhos são, na sua maioria, profissionais. Contudo, também contam motivos financeiros, as experiências anteriores de relacionamentos ruins com os progenitores e/ou o medo de transmitir doenças hereditárias.
Por outro lado, com relação à pergunta sobre quem é mais feliz: os que decidem ter filhos ou os que não, a Universidade de Western Ontario no Canadá concluiu que não há uma resposta definitiva. Aparentemente o assunto está muito relacionado à idade. Para os mais jovens, ter filhos diminui o seu grau de felicidade. Para os maiores de 30 anos, ao contrário, a percepção é neutra. E para os maiores de 40 anos, um filho é uma grande fonte de alegria.
Uma decisão que responde a muitos fatores
Não existe uma resposta generalizada à pergunta sobre ter filhos ou não. Cada pessoa e especialmente cada casal deve tomar a sua própria decisão. Uma coisa é verdade: é importante refletir a respeito e procurar não se enganar. Os efeitos de ter um filho sem desejá-lo podem ser verdadeiramente devastadores. E ao contrário, frustrar o desejo de ser pai ou mãe eventualmente cria um enorme vazio existencial.
Quase nunca as condições são perfeitas para procriar. O ideal é que exista um casal estável, com renda suficiente, que conte com tempo disponível e um desejo explícito de ser pais. É muito difícil que todas estas variáveis estejam presentes ao mesmo tempo. Contudo, isso não significa que seja impossível fazer ajustes e adaptações para receber uma nova vida. De fato, estes ajustes sempre se fizeram: as famílias numerosas, comuns alguns anos atrás, eram capazes de sobreviver com menos recursos.
Mesmo assim, é importante saber de onde provém o desejo de ter um filho. Em alguns caos vem de uma percepção ou interesse equivocado. Sobram os casais em conflito que podem se enganar com a ideia de que um filho irá melhorar o relacionamento ou colocar fim às suas discussões. Também há quem sinta frustração com a sua própria vida e queira ter descendência para que esta alcance as conquistas que eles não puderam alcançar. Em ambos os casos as possibilidades de fracasso são muitas.
Cada vez temos mais liberdade para tomar decisões sobre com quem e como definir a nossa própria família. Este é um grande avanço. Contudo, é uma situação que também dá origem a novas angústias e incertezas. O importante neste, como em outros casos, é cultivar a nossa capacidade para ouvir a mensagem que habita no fundo do nosso coração.
Neste sentido, ter um filho sempre será um desafio. A educação e a criação de uma nova vida ou de várias não é um processo simples: implica enfrentar diversos desafios sociais, naturais e, principalmente, os que apresentam os próprios filhos. Contudo, neste desafio existem sem dúvida infinitas razões escondidas para crescer e, por que não, aproveitar também.
https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2012/01/30/especialistas-enumeram-dez-motivos-para-ter-filhos-e-dez-para-nao-ter.htm

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