IDENTIDADE PERDIDA – Por José Nilson

Dia 21 de Janeiro comemora-se o dia mundial da religião. Normalmente não se vê nenhuma grande manifestação referente a tal data. Religião é um conjunto de homenagens realizadas através de encontros denominados cultos ou celebrações, prestados à divindade, motivados pela fé.
A maior religião que existe e mais conhecida é a cristã, formada sob os ensinamentos de Jesus Cristo. Não é novidade para ninguém que vivemos uma crise na vivência religiosa, decadência das instituições, sentimento de fracasso, descrença, de inviabilidade do Evangelho e da Igreja no mundo; instalam-se como indiferença e cinismo na alma dos que participam. Para Jesus, o reino de Deus não se manifestaria com demonstrações visíveis, mas invisíveis e interiores; seria um poder no olhar, no espírito, na existencialidade; seria algo somente discernível por quem tivesse nascido da água e do espírito; e que aconteceria sempre sob um olhar de desprezo e de muitas batalhas.
Jesus não queria que qualquer impressão de supremacia da Igreja como Potestade se instalasse na mente dos Seus discípulos, Ele afirmou: “Não será assim entre vós; antes, o maior seja o menor; o grande seja o que sirva; o poderoso seja o fraco que ama e se entrega”. E, lhes lavando os pés, disse: “Compreendeis o que vos fiz? Eu vos dei o exemplo!” Em Mateus 24 e 25 todas as Parábolas de Jesus nos falam de uma “espera” devastadora e desalentadora; de tal modo que alguns ficariam “maus e abusivos”, outros “dormiriam de desesperança”, outros “enterrariam seus dons de amor”, outros somente O veriam em “cenários sagrados” ou predeterminados; daí não serem capazes de vê-Lo entre os pobres, marginalizados, desterrados, doentes, abandonados e não desejados desta existência.
O fenômeno da Hermenêutica Constantiniana de interpretação dos livros sagrados e do significado histórico da “Igreja” foi algo tão poderoso, e continua a ser, que, para muitos, parece que a mensagem de Jesus falhou; especialmente agora, quando o mundo se torna pós-cristão; ou seja: torna-se pós-constantiniano.
A religião perdeu o norte, quando deixou de ser um chamado, para ser uma potência pertencente ao grupo dos poderosos da terra. Os religiosos repudiam a ideia que devem ser servos uns dos outros, principalmente de quem os odeiam e perseguem. Há um farisaismo generalizado, onde o que prevalece é o domínio e a exploração, os ditos discípulos de Jesus de hoje, já não querem servir, mas serem servidos. É bom lembrar que Jesus celebrava o que vivia e vivia o que celebrava, hoje não se faz nem uma coisa e nem outra.
– Por uma sociedade sem males –

**José Nilson é Servidor do Município, cristão e pai de família

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