RASGANDO O VÉU – Por José Nilson*

Há muitas dúvidas em relação ao que está escrito nas Sagradas Escrituras, más não se questiona, primeiro porque não é interessante para a religião, segundo porque os ditos fiéis não querem aprofundar, por medo de perderem a fé.
Com isso os mitos continuam movendo o mundo dos humanos. Muito fetiche está em nosso meio, ato de crer que determinados objetos possuem poderes mágicos. A religião controla nossa capacidade de pensar, qualquer interpretação que não seja a dela mesma é vista como ato de rebeldia, desobediência e heresia. Tanto que os acadêmicos religiosos querem que Jesus caiba dentro da Bíblia, da caixinha doutrinária. Não querem entender que Jesus é grande demais para caber dentro de um livro.
A religião impede que seus adeptos sejam bombardeados pelo desejo do saber, para que não andem com as próprias pernas, e continuem amebas e por toda a vida, necessitem de guias profissionais para conduzi – los. Cito, por exemplo, a criação do mundo. Está escrito no livro do Gênesis, que Deus criou a Terra e o céu. Que no princípio a Terra estava sem forma e vazia, as trevas cobriam o abismo e um vento impetuoso soprava sobre as águas. Que Deus criou tudo o que existe.
Acontece que este livro que narra a criação do mundo, foi escrito entre os anos de 586 a 538 antes de Jesus nascer, quando uma parte do povo escolhido estava cativo na Babilônia e outra parte estava tentando se ajeitar na terra prometida. Daí já cabe uma pergunta: Se contava o ano de 586 e já tinha gente presa em Babilônia, tantos acontecimentos em curso, como Deus estava realizando a criação?
Acontece que a narração da criação se trata de um poema, usado para dizer que nós fomos chamados à vida, não surgimos do nada, que não devemos abandonar o Deus verdadeiro e ficar adorando outros deuses, como fazemos com o deus Mamon, por exemplo, que é adorado por todos, com mais ou menos intensidade.
Aparece também uma serpente com poder de convencimento, cabe mais uma pergunta, aparentemente sem sentido, responda com sinceridade: Cobra fala? Eu nunca ouvi dizer que cobra falasse. O autor do Gênesis quis tão somente, dar sentido à criação como algo progressivo e mostrar que Deus não está preso ao espaço, nem ao tempo como nós estamos.
O que estraga tudo são as múltiplas compreensões humanas. – Por uma sociedade sem males –

*Sacerdote, Profeta e Rei

**o texto é de inteira responsabilidade do seu autor e não representa necessariamente a opinião do site

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