INVOCANDO MALDIÇÃO – Por José Nilson *

Em um momento, surgiu um homem denominado Jesus Cristo, este ser divino e humano apresentou uma proposta de relações humanizadas, de proteção da vida acima de qualquer lei, seja religiosa, seja política. Foi uma tentativa de resgatar a humanidade perdida. Nós compreendemos essa proposta. O que fizemos? Dominamos essa proposta, a interpretamos segundo nosso pluralismo e interesses, a partir disso foi acumulando calamidades, mortes e desgraças de todo tipo.
Caso me chamem de pessimista, acho que não, prefiro realista. Aliás, mostrar a realidade é algo que Jesus fez o tempo todo. Olha nossas ações e reações diante dos acontecimentos: Reclamamos e amaldiçoamos tudo: Chuva, sol, vento, calor, frio, nada está bom. Celebramos a vida e vivemos a morte. Preocupamos realmente, e potencialmente com um mal somente quando ele bate a nossa porta, quando é com o outro, nos preocupamos de forma fria e controlada, nada de correr riscos. Praticamos muitas maldades, não considerando que uma só ação má, é o suficiente para manchar todo o bem feito. Deus habita em um lugar ou pessoa, não somente por seu nome ser invocado, mas, sobretudo por seu projeto ser vivido e sua lei ser praticada.
Enquanto ficarmos atribuindo a Deus o que é responsabilidade nossa, todo tipo de violência continuará crescendo. Sobretudo a violência da omissão, da covardia e do medo. Devo deixar bem claro que Deus já fez a parte dele criando tudo o que existe e mais ainda, se encarnando e padecendo pelos nossos pecados. Por anos da minha vida depositei nos religiosos e nos ditos cristãos, a esperança de transformação da realidade. Hoje, anos mais tarde, entendo que eu estava errado, que religiosos e ditos cristãos, vivem de apresentar e anunciar o que Deus na pessoa de Jesus realizou, tudo muito bem ensaiado e todos muito bem acomodados. O que nem de longe pode se dizer que é crer.
Seguindo esse modelo, no máximo, nos tornamos simpatizantes do projeto de Jesus. Esquecemos com muita facilidade, bem que não é esquecimento, é distorção mesmo, que Jesus disse: Aquele que acreditar em mim fará as coisas que eu faço e fará maiores. O problema é que ninguém crê em Jesus, não acreditamos na providência divina, não acreditamos na força do amor, na caridade das pessoas, tanto o que mais se vê é exploração financeira ao apego das pessoas às coisas ditas como sagradas. Vejam como temos medo da morte, mesmo sabendo que Jesus disse que todo aquele que crer em mim, mesmo que esteja morto viverá. É fato que quebrar a casca do comodismo, da ignorância e da hipocrisia é uma tarefa árdua e espinhosa. – Por uma sociedade sem males

*Sacerdote, Profeta e Rei

**o texto é de inteira responsabilidade do seu autor e não representa necessariamente a opinião do site

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