MEIO AMBIENTE – Por Valter Andrade *

A Terra é de composta por 70% de água, porém apenas 3% desse total são formados por água doce. Está disponível na natureza: nas geleiras, nos lençóis subterrâneos, mares, oceanos, rios, riachos e nas nascentes. Sua qualidade está associada aos cuidados que recebe em cada parte do mundo.
Sua disponibilidade em números pelo mundo revela que 97% da água está presente nos mares e oceanos e não é potável. Como dito acima, apenas 3% de todo volume existente no planeta é doce, mas é bom observar que destes 3%, 2,5% está retido nas glaciais da Antártida e do Ártico não disponível ao homem.
Dentro dessa ótica é possível vislumbrar que apenas 0,5% (meio por cento) de toda água existente está disponível para a humanidade satisfazer suas necessidades e a dos ecossistemas.
Em nosso país, infelizmente pela ausência do poder público na condução das políticas públicas visando garantir a qualidade dos recursos hídricos, nos obriga a conviver num cenário desanimador, pois os números mostram através de estudos realizados pela Fundação SOS Mata Atlântica que a qualidade da água é péssima em 4% das amostras, ruim em 28%, regular em 68%, e pasmem, “ nenhum caso de água boa ou ótima.”
Vale ressaltar que no Brasil apenas 48% da população é atendida por coleta de esgoto e desses 48% coletado menos de 40% recebe tratamento. Os rios e córregos são responsáveis para absorver todo o restante não tratado. Somado às montanhas de lixos e outros detritos depositados clandestinamente vem contribuir com os altos índices de poluição dos recursos hídricos. Só lembrando que mais de 100 milhões de brasileiros não contam com coleta de esgoto.
No Brasil a distribuição de água não foge das características presentes no ambiente global, sendo as regiões com baixa densidade demográfica privilegiadas com grandes reservas de água e em regiões com número elevado de habitantes com pouca disponibilidade hídrica. Podemos exemplificar a região nordeste carente em disponibilidade hídrica com cerca de 57 milhões de habitantes, enquanto a região norte considerada a caixa d’água do Brasil com população acima de 18 milhões de habitantes.
O nosso rio doce, como se não bastasse estar entre os mais poluídos do Brasil, encontra-se em processo avançado de desertificação. Que venha as ações de revitalização desse manancial tão importante e que faz parte da vida dos habitantes da bacia do rio doce.

* Sanitarista e servidor da FUNASA

**o texto é de inteira responsabilidade do seu autor e não representa necessariamente a opinião do site.

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