CBH-Suacuí reúne produtores rurais de Cuparaque em Dia de Campo

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Mais de 60 produtores rurais da região de Cuparaque se reuniram na tarde do dia 04, na fazenda Pedra do Galho, para o dia de campo promovido pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Suaçuí (CBH-Suaçuí).  Participaram do evento a prefeita do município Mônica Tessarolo, representantes da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Instituto Terra, IBIO e conselheiros do comitê.  O encontro teve o objetivo de apresentar os resultados do Programa de Incentivo ao Uso Racional da Água na Agricultura (P22), que contempla o produtor com o irrigâmetro, equipamento que indica a quantidade de água que deve ser usada na irrigação.

A prefeita abriu o encontro destacando a importância e os resultados da parceria entre o município e o Comitê de Bacia. “O CBH está sempre presente em nosso município e isso traz um retorno positivo para os produtores rurais e nossos córregos. Sabemos que a cada dia é preciso procurar novas formas de fazer nossas terras produzirem sem prejudicar a natureza e vemos que o irrigâmetro é uma dessas formas: simples e com resultados nítidos”, lembrou Mônica Tessarolo.

Palestras

Os produtores se dividiram em três grupos e fizeram um rodízio para acompanhar as três palestras simultâneas. Coube ao professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Fundação Arthur Bernardes (Funarbe), doutor em engenharia e um dos idealizadores do irrigâmetro, Márcio Mota Ramos, apresentar a relação entre vazão, pressão e espaçamento dos emissores na qualidade da irrigação.

Já o consultor da Funarbe/UFV e mestre em engenharia agrícola, Gustavo de Castro Gonçalves, esclareceu dúvidas sobre o manejo da irrigação e o funcionamento do irrigâmetro. Depois de instalado, o produtor deve fazer a leitura do equipamento diariamente para saber a quantidade de água que deve ser utilizada para irrigação. “É importante lembrar que o equipamento é instalado e preparado de acordo com cada cultura. Não é possível emprestar o aparelho nem utilizar as medidas indicadas em outra propriedade. Por exemplo, se o equipamento for instalado para uma propriedade que produz café as medições serão diferentes para uma fazenda de arroz”, explica Gustavo.

A terceira e última palestra foi ministrada pelo engenheiro agrônomo e coordenador técnico regional de culturas da Emater, Jader Murta Pinto Coelho, e discutiu as técnicas de conservação de solo e água.

Uso racional no campo

Cientes da importância do uso consciente dos recursos hídricos no meio rural e por se tratar da principal atividade econômica da bacia, o Programa de Incentivo ao Uso Racional da Água na Agricultura (P22) foi criado com o objetivo combater o desperdício de água no campo. Através da utilização de recursos oriundos da cobrança pelo uso da água, o programa financia a instalação do o irrigâmetro, equipamento que indica, de forma simples, quando e quanto irrigar. Os participantes são indicados pelo Comitê de Bacia Hidrográfica ao qual pertencem, tendo como critérios de seleção o tipo de cultura, a localização geográfica e a zona de conflitos. Após serem selecionadas, as propriedades são visitadas por técnicos, que analisam o tipo de solo, o sistema de irrigação e as culturas exploradas. A partir das informações coletadas, o aparelho é personalizado.

Durante toda a execução do programa, os produtores recebem assistência técnica sobre o manuseio do irrigâmetro, informações sobre a cultura trabalhada e orientações sobre licenciamento ambiental e outorga de água. Ao final dos trabalhos, o participante recebe um relatório individual, contendo dados sobre o manejo da irrigação, quantidade de água utilizada e economia de energia elétrica.

Resultados

O encontro foi realizado no sitio Pedra do Galho, que pertence ao Sr. Paulo de Tarso. O produtor foi contemplado com o irrigâmetro há oito meses e já destaca a economia no consumo de água e o aumento na produção. “Tudo que produzimos aqui é orgânico, sem utilização de nenhum agrotóxico. Depois da instalação do irrigâmetro, identifiquei que a última remessa de arroz, amendoim e maracujá produziu mais que imaginava e o consumo de água diminuiu cerca de 70%”, comenta o produtor orgulhoso dos resultados. Ainda segundo Paulo, antes ele tinha uma única nascente na propriedade, agora são oito, todas cercadas e reflorestadas.

https://www.youtube.com/watch?v=GM6qP-iHV18

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