Polícia Civil deflagra “Operação Arena” e prende três suspeitos de integrarem grupo de extermínio

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A Polícia Civil de Minas Gerais deflagrou na sexta-feira (17) a “Operação Arena”, em Itabirinha, na região Leste do Estado, com o objetivo de desarticular um grupo suspeito de “pistolagem” na região. Ao total, três homens, com idades entre 38 e 44 anos, foram presos preventivamente, além do cumprimento de nove mandados de busca e apreensão.

A presente ação decorre da investigação do assassinato do fotógrafo Wanderson Matildes Arena, de 41 anos, o qual foi morto com três tiros de arma de fogo quando chegava ao município de Itabirinha, no dia 11 de setembro desse ano. Durante as investigações, a PCMG apurou que o crime teria sido executado por pistoleiros, a mando de um empresário ligado ao ramo da construção civil na cidade, com quem a vítima já teria tido desavenças no passado.

A execução teria sido ordenada após a vítima ter feito imagens de uma obra pública executada pela empresa do mandante, cujo valor do contrato administrativo ultrapassa a cifra de um milhão de reais. O objetivo da vítima, ativista político na região, seria instruir representações perante órgãos públicos de controle do erário, haja vista o empresário se encontrar na condição de foragido da Justiça Federal, desde o primeiro semestre desse ano, acusado de fraudes em licitações públicas em outro município do leste de Minas Gerais.

Um dos suspeitos, J. G. N., de 44 anos, preso preventivamente na manhã de sexta-feira, já havia sido preso em flagrante, por posse ilegal de arma de fogo, no último dia 25 de outubro, quando a Polícia Civil foi instada a antecipar parcialmente a operação e intervir a consumação de um homicídio que seria praticado pelos pistoleiros, em uma cidade da região no dia seguinte. Diante da situação, foi requerido o mandado de busca e apreensão, que resultou na arrecadação de três armas de fogo, sendo uma pistola, um revólver e uma carabina, bem como, farta munição, uma touca ninja e três coldres. Além desse suspeito, outros dois indivíduos, G. P. S., de 38 anos, e J. C. N., 42, foram presos preventivamente na manhã de sexta-feira e serão encaminhados ao Sistema Prisional.

Nas buscas realizadas sexta-feira, foram apreendidos, ao total, uma porção considerável de substância análoga à maconha, uma touca ninja, extratos bancários, talões de cheques, placa e lacre de veículo, um coldre, um automóvel, vários documentos de veículos, um notebook, aparelhos celulares, entre outros.

De acordo com o delegado Iure da Mota, que conduz o inquérito policial, no curso das investigações foi constatado que os pistoleiros contratados para a execução da vítima são suspeitos de cometerem outros homicídios em anos anteriores, e estavam em plena atividade atualmente, articulando novas empreitadas. O delegado informou, ainda, que foram identificados ao menos cinco homicídios encomendados ao grupo.

Sobre as possíveis ameaças sofridas por policiais civis, em virtude das investigações desse caso, o Delegado Regional Fábio Sfalcin esclareceu, em entrevista coletiva na tarde de sexta-feira, que “houve a tentativa infrutífera de deixar os policiais em estado de alerta, para que os mesmos não concluíssem essa investigação da maneira que vem sendo feita, o que não será aceito de maneira alguma. A Polícia Civil é única e não há a mínima possibilidade de uma ameaça, ou qualquer outro tipo de conduta ser direcionada a apenas um de seus membros. Se isso ocorrer, será direcionada a toda a instituição”.

A ação exitosa, que mobilizou 30 policiais civis, atuantes nas cidades de Mantena, Governador Valadares, Galileia, Conselheiro Pena e municípios vizinhos, contou com o apoio do helicóptero Carcará da PCMG e foi acompanhada de perto pelo Assessor Institucional do Gabinete da Chefia da Polícia Civil de Minas Gerais, Detetive Paulo Maloca, e, também, pelo Chefe do 8º Departamento de Polícia Civil, Delegado Fábio de Sousa Henrique, e o do Delegado Regional Fábio Sfalcin.

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