SETEMBRO AMARELO – Por Dr. Luis Eduardo Gonçalves Ribeiro

Setembro Amarelo é uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio, iniciada em 2015. É uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
O suicídio vem, essencialmente, de um estado depressivo, que, por sua vez, pode ser causado por inúmeros gatilhos: falta de dinheiro, solidão e problemas familiares são alguns dos fatores que podem levar a essa tragédia. Mas, mesmo com os números de suicídios cada vez mais altos, o assunto ainda é considerado um tabu para muitas pessoas. Tendo em vista que tirar a própria vida é uma decisão extrema para fugir do que é considerado um problema sem solução, a melhor forma de evitá-lo é detectar quando a possibilidade existe e agir a tempo.
A importância de falar sobre suicídio: É comum que os pais evitem falar sobre suicídio com os filhos, na tentativa de minimizar a importância percebida pelo adolescente de um determinado problema que observam, ou mesmo por que os filhos não dão abertura suficiente para que o assunto seja discutido. Para se ter uma ideia do quão importante é falar sobre o tema, dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) apontam que o suicídio já é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.
E não são só os adolescentes que não conversam sobre o assunto: pessoas de qualquer idade podem ter um bloqueio de falar sobre algo tão importante, como se abordar o assunto fosse deixá-lo em evidência na cabeça de quem está depressivo. Porém, a conversa pode abrir caminhos que passam longe de “indicar uma possibilidade”, que seria o suicídio, para a pessoa que está passando por uma crise. A conversa pode abrir novas perspectivas e até alertar a outra pessoa para tomar medidas mais drásticas para solucionar a situação. Por isso é tão importante que a sociedade como um todo, família, amigos, escola e grupos de trabalho, esteja atenta aos menores sinais, disposta e preparada para discutir o tema e encaminhar a pessoa para um tratamento que a trará um novo olhar sobre a vida e a vontade de prosseguir. Levar em conta os menores sinais pode fazer a diferença: Muitas vezes, o diálogo até acontece. Porém, quem ouve uma pessoa falar que não tem mais vontade de viver e que, muitas vezes, tem vontade de tirar a própria vida, pode acabar por não dar a atenção devida a essa fala tão séria. Além de não ignorar esse tipo de fala, também é preciso ficar atento a outros sinais que são dados, que podem indicar a depressão e a vontade de se suicidar.
Confira alguns dos sintomas que devem ser acompanhados e levados a sério: Tristeza persistente; postagens relacionadas a suicídio ou depressão profunda nas redes sociais; perda de interesse em atividades que antes davam prazer; fadiga; falta de energia; alteração no sono; irritabilidade; alterações no apetite; choro sem razão aparente; ideias de morte; dores e sentimento de inutilidade. O Setembro Amarelo pretende dar mais visibilidade e orientar a maior quantidade possível de pessoas sobre a importância de falar sobre o suicídio. Para atingir a população, são feitas ações de rua, como caminhadas e passeios de bicicleta que conscientizam as pessoas sobre a importância de conversar sobre o tema e procurar acompanhamento psicológico ou psiquiátrico.
Se você conhece alguém que tem sintomas de depressão, fala frequentemente sobre morte ou apresenta algum dos comportamentos que abordamos acima, não hesite em procurar ajuda especializada. Você pode salvar uma vida!

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