PERDÃO, O CAMINHO DA CURA – Por Pastor Wellington Ricardo

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“… assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós” (Cl 3.13)
Perdoar é um dos passos mais difíceis na vida de qualquer pessoa. Perdoar é mexer com nossa natureza, com nosso ego, com nossa estrutura, portanto, na maioria das vezes não estamos abertos para essa realidade. Por isso mesmo, perdoar é uma das questões mais desafiadoras da vida. Mas, o que é perdoar? Perdoar é recusar manter os registros negativos do próximo. É “apagar” da memória os agravos recebidos. É zerar a conta do devedor, mesmo quando o saldo negativo é assaz vultoso. É atenuar a culpa do desafeto e depois apagá-la. É conceder ao outro a oportunidade de ser diferente, de agir positivamente. Perdoar é tratar o próximo como Deus nos trata. É perdoar como Deus nos perdoa – “… assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós” (Colossenses 3.13).
Sabemos que não somos perfeitos, e convivemos todos os dias com pessoas imperfeitas, ferimos e somos feridos, por isso mesmo enfrentamos conflitos, adversidades e situações de relacionamentos truncados, por isso o perdão é tão necessário, pois a ausência do mesmo torna a vida um flagelo e coloca o nosso interior numa prisão. Quem não perdoa, envenena sua alma com a mágoa, nesse caso, perdoar é uma necessidade de sobrevivência.
Quem não perdoa fecha a porta da graça com suas próprias mãos, pois quem não perdoa não pode ser perdoado. Quem não perdoa interrompe sua comunhão com Deus, a fonte da vida, pois a mágoa interrompe as orações e cerra sobre nossa cabeça as janelas do céu. A ausência de perdão nos priva do maior dos privilégios, adorar a Deus. A falta de perdão adoece o corpo, atormenta a mente e desassossega a alma.
Perdoar não é uma opção, mas um imperativo – volto a repetir o texto da carta do apóstolo Paulo aos colossenses – “… assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós” (Cl 3.13), logo, perdoar não é uma escolha, mas um dever. Mas até quando perdoar? Até sete vezes? Não, até setenta vezes sete! O perdão é ilimitado. Onde há arrependimento, aí o perdão deve se estabelecer. Onde há quebrantamento, aí o perdão oferece cura. Onde há choro, aí o perdão traz alegria. O perdão é o remédio para as feridas da alma, o bálsamo para os traumas da vida, a assepsia para a infecção generalizada da mágoa.
O perdão não é natural. É uma expressão da graça. A não ser que o próprio Deus nos capacite, reteremos a mágoa e não liberaremos o perdão. A não ser que o óleo terapêutico do Espírito Santo umedeça o nosso coração, ele se tornará cada vez mais duro e insensível. A não ser que Deus aumente nossa fé, crescerá ainda mais dentro de nós a erva daninha do ressentimento e nossa vida tornar-se-á um campo de urtigas e espinheiros.
O perdão é o caminho da cura e o remédio eficaz para uma alma ferida pelo ódio. O perdão é maior do que ódio. O perdão suplanta o ódio. O perdão triunfa sobre o ódio. O perdão tira a alma do calabouço da mágoa. Arranca o coração da prisão insalubre dos ressentimentos e promove a liberdade de amar quem não merece ser amado. O perdão nos torna parecidos com Deus. O perdão nos coloca num relacionamento certo com Deus, com o próximo e com nós mesmos. O perdão é a assepsia da alma, a cura da mente, a alforria do coração!

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