PESO MORTO – Por José Nilson

José Nilson é Servidor Público Municipal, cristão e pai de família

Um irmão me fez a seguinte pergunta: Porque você preocupa tanto com os cristãos que servem a Deus com tanto amor e carinho? Acrescentou ainda que eu sou paranóico, desconfio de tudo. Primeiro agradeci a Deus por estár incomodando pois isso vem confirmar que estou com Jesus, na contramão do óbvio, daquilo que ninguém contesta. Olha que não revelei nada ainda. Sou ativista por convicção, isto é, busco a prática efetiva de transformação da realidade em detrimento da atividade pirotécnica, algo feito para desviar a atenção ou somente para impressionar. No meio religioso isso acontece todo dia.
Vamos lá, o que mais me incomoda é a inoperância, falta de efeito real. Não adianta nada celebrar uma coisa e viver outra. Não posso esquecer que 90% da população se declara cristã, católicos, protestantes, evangélicos, pentecostais, espiritas, etc. Meu pensamento está sempre voltado para este público, pois são maioria, é essa massa que determina e aponta o rumo que as coisas devem seguir. Uma pena que não correspondem com tamanha responsabilidade.
Me lembro do referendo sobre a proibição da comercialização de armas de fogo e munições, ocorrido a 23 de outubro de 2005, não permitiu que o artigo 35 do Estatuto do Desarmamento (Lei 10826 de 22 de dezembro de 2003) entrasse em vigor. Tal artigo apresentava a seguinte redação: “art. 35 – É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6º desta Lei”. Os eleitores puderam optar pela resposta “sim” ou “não”, pelo voto em branco ou pelo voto nulo. O resultado final foi de 59.109.265 votos rejeitando a proposta (63,94%), enquanto 33.333.045 votaram pelo “sim” (36,06%). Assim ficou liberado a comercialização de arma de fogo.
Hoje o assunto está em pauta novamente, temos um pré candidato à Presidência da República chamado Jair Messias Bolsonaro, que tem como projeto principal a facilitação ao porte de arma de fogo, justificando que é extremamente necessário para a segurança dos cidadãos de bem de nosso país.
Não faltam cristãos que dizem votar nesse candidato, fazem campanha para ele e brigam por ele. Esquecem que Jesus anunciou a cultura da não violência e diabolicamente levantam a bandeira da violência como único meio de resolver as diferenças. Em um país onde o dinheiro vem primeiro que a justiça, a justiça não trabalha a favor da paz e as guerras de classes aumentam a cada dia, se não superarmos essa religiosidade de aparência, nossa fé será em vão. O que precisa acontecer é uma conversão social, voltada à pessoa do outro. Violência é um mal que deixa marcas que não se apaga.
– Por uma sociedade sem males.–

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