CONSTRUÇÃO IMPERIAL – Por José Nilson

José Nilson é Servidor Público Municipal e cristão

Ha 518 anos chegava ao Brasil os portugueses, os europeus, trazendo muitos escravos, muito rebuliço, tumulto, desordem política e todo sincretismo, misturas de crenças e culturas, toda malícia religiosa e atacaram os índios que aqui viviam, mataram a uns e dominaram a outros, impuseram suas leis e crenças.
Uma história sangrenta, homicida, marcada pelo domínio e imposição, o que ocorreu foi um cruel estupro europeu, falta de respeito pela vida e cultura do outro, neste caso os índios e os negros, que tinham e tem suas crenças, que expressam uma fé muito mais coerente com o evangelho do que qualquer outra religião cheia de juízo que está aí. Lembrando que Evangelho é viver livre, consciente em Deus, na luz, em amor, caridade, comunhão, ajuda, unidade, sem alarde, sem trombeta, sem anúncio, sem imposição de nada, sem controle, sem mediadores.
Depois do esmagamento das crenças dos negros e índios, veio a adaptação ao sincretismo, foi o que se ofereceu como cristianismo, que por sua vez não tinha nada de evangelho e menos ainda de Jesus. Ao sincretismo religioso, foi agregada a superstição, isto é, sentimento baseado no temor irracional e na ignorância que leva a acreditar em coisas não reais, crendice.
Dessa mistura nasce um pacotão, que culturalmente falando é a alma religiosa brasileira, nossa consciência, nossa fé é formada a partir daí. Aqueles que foram obrigados a aceitar e outros que já nasceram sob o domínio do império religioso e político, viveram e vivem nesse ambiente carregado de muito misticismo, tendência de acreditar no sobrenatural e no transcendente, aquilo que está além do nosso entendimento e da nossa compreensão.
Gradativamente foi misturando medos de antes com medos de agora, baseados em um Deus que castiga, sentencia, puni, fruto de um falar que amaldiçoa tudo, tudo faz mal: Cuidado com o que você come, bebe, veste, ouve, fala, dança, onde vai, cuidado, cuidado com tudo. Para os que desprezam o evangelho, não conseguem viver em ação de graças e se apegam cada vez mais à religião sincrética, se torna dependente do templo, do rito, do sacramento, das muitas reuniões espremidas, raivosas e intermináveis.
O templo se tornou lugar de encontrar com Deus, Deus foi reduzido a um prédio, não é mais um espírito que sopra onde quer, que está em todos os lugares, é um ambiente, se você comparecer vai ganhar, se não comparecer vai perder. Enquanto isso nos tornamos cada vez mais supersticiosos, apegados à magia, aos discursos e nada de compromisso com o evangelho.

– Por uma sociedade sem males –

Esta matéria foi visualizada1.424 vezes

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *