DESCASO, INÉRCIA E FALTA DE PLANEJAMENTO… ATÉ QUANDO? por Valter Andrade

 

Valter Ferreira de Andrade -  Técnico em Saneamento Ambiental / Servidor da FUNASA
Valter Ferreira de Andrade – Técnico em Saneamento Ambiental / Servidor da FUNASA

SÓ LEIS E APLICAÇÃO MULTAS NÃO BASTAM. AÇÕES URGENTES DE RECUPERAÇÃO E PRESERVAÇÃO SÃO NECESSÁRIAS.

Historicamente o Brasil nunca foi um exemplo e tão pouco demonstrou uma vocação para as questões ambientais. Haja visto que o currículo do país nesse quesito deixa a desejar através de milhões de habitantes convivendo ainda com esgoto sem tratamento, sem coleta e destinação adequada dos resíduos, poluição e assoreamento dos cursos de água por falta de ações de intervenção ambiental. Enfim os números mostram a total falta de preocupação e responsabilidade para equacionar uma situação caótica que aflige as populações de norte a sul desse gigante chamado Brasil.
O país conta com uma legislação ambiental considerada a mais completa do mundo. São inúmeras leis compreendendo todo tipo de ação, disciplinando todos os atos relativos à agressão ambiental com multas elevadas, porém o que poderia conduzir o país rumo ao desenvolvimento sustentável sem privilégios a grupos ou qualquer classe, não passa de um amontoado de papéis que infelizmente tornam-se inúteis diante da falta de políticas públicas e pela inércia das autoridades competentes.
Tão próximo podemos citar nosso município que a trinta anos atrás possuía uma grande riqueza hídrica, densas matas e que pouquíssimas pessoas tinham noção exata do que seria um poço artesiano. Praticamente todas as propriedades ou eram abastecidas por um volumoso córrego, um pequeno riacho ou uma nascente com capacidade para atender com sobras a demanda necessária.
Hoje deparamos com vários córregos praticamente extintos, citando como exemplo o córrego José Rodrigues, córrego da Virgulina, córrego Ferruginha, córrego da Cerâmica e outros. Com isso grande parte dos produtores rurais vem usando da perfuração de poços semi-artesiano e artesiano para satisfazerem suas necessidades.
Mais um exemplo claro é o nosso córrego João Pinto que há tempos atrás trazia em seu leito um invejável volume de águas claras, que em nossa imaginação seria infinita. Assistimos hoje esse mesmo córrego com no máximo ¼ (um quarto) do seu volume anterior.
Dentro do contexto não podemos deixar de mencionar o nosso maior orgulho, o antes imponente e federal “RIO DOCE”, imenso, caudaloso e acredite se quiser foi um dia navegável (ler história), lamentavelmente se arrasta com dificuldades para desaguar em Regência / Linhares-ES no litoral capixaba.
Rios poluídos por esgoto e lixo, córregos e nascentes sendo dizimados, desmatamentos, queimadas e outras agressões ao meio ambiente é o grande legado que os governantes vêm construindo ao longo dos anos. Quando o povo cobra a resposta é sempre a mesma, falta de recursos. Será?
O ponto de travessia de acesso da BR 259 para o distrito de Barra do Cuieté no município de Conselheiro Pena, em razão da baixa vazão o serviço da balsa que atravessa veículos e um maior número de pessoas está suspenso pela impossibilidade de navegação. Portanto a travessia só é possível através de embarcações de pequeno porte e somente até a metade do Rio Doce.

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3 comentários em “DESCASO, INÉRCIA E FALTA DE PLANEJAMENTO… ATÉ QUANDO? por Valter Andrade

  • 16 de setembro de 2017 em 13:48
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    Parabéns Valter pela matéria.

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  • 16 de setembro de 2017 em 14:00
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    Parabéns!!!
    Realmente, precisamos urgente de intervenções ambientais.
    No entanto o que vimos são planejamentos e mais planejamentos que não saem dos papéis.
    Parabéns pela iniciativa Valter!!!
    Ótima matéria.

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  • 21 de setembro de 2017 em 18:02
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    Parabéns Valter!
    Estamos assistindo a morte dos rios e não fazemos nada pra mudar isso!
    Todos que necessitam dos rios estão desesperados.

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