22 DE MARÇO “DIA MUNDIAL DA ÁGUA”. O QUE TEMOS FEITO PELA NOSSA ÁGUA? – Por Valter F. Andrade

Com o intuito de alertar a população do planeta sobre a importância de preservar esse precioso líquido, a Organização das Nações Unidas (ONU), instituiu essa data onde o mundo celebra nesse dia 22 de março, o dia mundial da água.
Lamentavelmente esse dia simbólico, vem servindo apenas como uma forma de chamar a atenção do poder público e da sociedade da grandeza e da tamanha importância que a água representa para a vida no planeta. Infelizmente, em razão de vermos a água como um elemento comum em nossas vidas, ainda não conseguimos enxergar o seu real valor em nosso meio.
Numa breve reflexão é possível vislumbrar um cenário desolador e ao mesmo tempo percebemos que muito pouco tem sido feito em relação à adoção de ações voltadas para preservação dos recursos hídricos. A prova disso é que o poder público como principal interlocutor, não assume o protagonismo dessa situação e o quadro se torna cada dia mais caótico, pois os poucos mais 50% dos municípios brasileiros atendidos por sistemas de coleta de esgoto, mais da metade continuam lançando os esgotos nos cursos d’água.
Não é diferente com os resíduos sólidos domiciliares e comerciais, onde só em Minas Gerais, 462 municípios destinam os RSU aos lixões a céu aberto, 241 em aterros controlados, que também desde 2014 não atendem a legislação. Apenas 49 municípios contam com aterros sanitários e 95 com unidades de triagem e compostagem. Muito pouco para um estado com 853 municípios (FEAM).
Assim, temos como retorno, nossos córregos, nossos rios, enfim, a maioria de nossas águas totalmente poluídas, proporcionando todo tipo de transtorno e desconforto à população.
“Segundo a Organização das Nações Unidas – ONU, cerca de 1,8 bilhão de pessoas no mundo usam fontes de água contaminadas por fezes para beber, e, a cada ano, 842 mil mortes são relacionadas à falta de saneamento básico e higiene, bem como ao consumo de água imprópria.”
Na verdade o que se busca é o equilíbrio através do consenso, pois a mãe natureza embora benevolente, cobra e dá sua resposta. Dentro de um contexto geral não podemos conformar e achar que as coisas vão acontecer favoravelmente sem ações e atitudes verdadeiras vindas de todos os segmentos da sociedade. E essa mudança só será possível através de campanhas educativas com ações de intervenção ambiental, começando pela despoluição em massa dos cursos de água, investindo no tratamento dos esgotos, dos resíduos sólidos, eliminar as queimadas e cuidar especialmente das nascentes.

Valter Ferreira de Andrade – Técnico em Saneamento Ambiental / Servidor da FUNASA
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