PARA A VALE VIDAS HUMANAS NÃO IMPORTAM, NEM A DOS ANIMAIS – Por Sônia Batista Cardoso

Moradores e animais do Bairro São Luiz estão morrendo por causa de uma canalização executada pela VALE há mais de trinta anos em sua faixa de domínio e inacabada desde então. Local de reservatório de vetores/transmissores de doenças infectocontagiosas já constatado pelo setor de Zoonoses da Secretaria da Saúde dentre eles: Dengue, Zika Vírus, Leishmaniose e outros.
Sabe-se de óbito humano no Bairro causado pela Leishmaniose.
Sabe-se das inúmeras eutanásias efetuadas nos animais contaminados. Cabe, nesse caso, pensar na Lei de Proteção Ambiental ou na Lei Sansão?
Sabe-se que contatos institucionais já foram feitos entre a Vale e Prefeitura, na gestão atual, e, aparentemente, não houve interesse das partes uma vez o problema não ter sido solucionado.
Sabe-se de contato entre a Vale e Prefeitura, na gestão atual, onde a segunda alegou não ter logística para parceria. Sabe-se da canalização do Rio João Pinto, em obras, sem o devido término da canalização na faixa de domínio da Vale, onde constam os vetores/transmissores, uma vez que seu percurso finaliza naquele rio.
Sabe-se de ligação irregular de rede de esgoto na rede pluvial na faixa de domínio da Vale.
Sabe-se do entupimento da rede pluvial na faixa de domínio da Vale sem as devidas manutenções o que acarreta alagamentos no Bairro quando de enchentes ou chuvas carregando toda a população dos transmissores de doenças infectocontagiosas.
Sabe-se que a Secretaria do Meio Ambiente está à par da degradação ambiental naquela área.
Sabe-se que não houve planejamento urbanístico no Bairro São Luiz para rede pluvial e de esgoto antes do início das obras de canalização do Rio João Pinto, o que pode impactar terrivelmente em rejeitos sólidos e líquidos em todas as ruas do Bairro, também causados pela rede inacabada na faixa de domínio da Vale.
A Vale tem a concessão de linha férrea para transporte de carga e de passageiros desde os anos 1918 na cidade de Conselheiro Pena-MG, segundo registros históricos, mais precisamente no Bairro São Luiz. Ao longo desse mais de um século, tem-se registro de óbitos por atropelamentos de humanos e animais na área que foi delimitada para a concessionária Vale, mas que não foi isolada.
Suicídios que poderiam ter sido evitados houvesse uma fronteira entre a linha férrea e a lucidez.
Famílias não seriam destruídas houvesse passagem de nível dentro das especificações técnicas. É preciso calcular o peso das locomotivas e vagões em movimento contra o corpo humano para constatar a probabilidade de sobrevida dos atingidos?
Há que se averiguar provável contaminação por minério de ferro na população do Bairro São Luiz, que é limítrofe à via permanente, análise que até o momento não se tem conhecimento e se houve, qual o impacto direto e indireto da contaminação na vida humana e de animais e se os órgãos controladores sanitários Municipais, Estaduais de Minas Gerais e Federal, foram acionados para que agissem proativamente;
Há que se averiguar danos materiais nos imóveis do Bairro São Luiz, as consequências na vida humana e dos animais e, em caso positivo, se houve comunicação à administração pública, para compensações financeiras a exemplo de isenção de IPTU, uma vez ser a Vale a causadora dos danos e a administração pública responsável pelo bem-estar social dos munícipes “incluindo” os moradores do Bairro São Luiz;
Há que se verificar a estrutura da ponte sobre o Rio João Pinto por onde circulam os trens de carga e passageiros por ocasião das várias enchentes e da canalização sendo executada pela administração pública atual;
Há de se questionar se dentro do plano urbanístico os bueiros pluviais são compatíveis com a canalização feita pela Vale em sua faixa de domínio e demais espaços a partir do início das obras de canalização do Rio João Pinto no Bairro São Luiz;
Há de se questionar se o Programa Sustentabilidade da Vale é só para os investidores de uma empresa multinacional com lucro acima dos R$ 6 bilhões no primeiro semestre;
Há de se questionar se nos mais de R$ 21 bilhões que serão investidos na EFVM, conforme o regulamento da nova concessão, sobrará uns trocados para a continuidade daquela canalização incompleta há mais de trinta anos (talvez umas quinze manilhas sejam suficientes); e uns poucos trilhos para cercar a linha;
À Prefeita há de se perguntar se qualidade de vida é apenas compromisso ou é obrigação. Aos candidatos não há o que perguntar porque não vi em nenhum plano de governo interação com a Vale para resolver os problemas existentes no Bairro São Luiz desde 1918 e que, também, são de saúde pública! Mas, talvez, seja porque não conhecem o barulho do trem a não ser em época de campanha eleitoral. Apenas devem saber que nas digitais que esperam nas urnas, podem não constar pó de minério.
Mas, há de se perguntar para a VALE se vidas humanas importam e a dos animais também!

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