EXISTE DIFERENÇA ENTRE ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL – ENTENDA AJUDE A COMBATER

Há 21 anos é celebrado, no dia 18 de maio, o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil, data que tem o objetivo alertar e conscientizar a sociedade sobre a necessidade de prevenção à violência sexual. A data foi determinada oficialmente pela Lei 9.970/2000, em alusão à morte da menina Araceli Crespo, de 8 anos, que foi sequestrada, espancada, estuprada, drogada e morta no estado do Espirito Santo, em 1973. Um fato cruel e até difícil de acreditar, mas que não está longe da realidade. O Brasil registra cerca 500 mil casos de exploração sexual contra crianças e adolescentes, sendo o segundo país no ranking de exploração sexual infantil, atrás somente da Tailândia.

“Fui vítima do abuso sexual aos 5 anos de idade e nunca havia entendido o ocorrido. Tive várias doenças psicossomáticas, ia ao médico e não descobriam o que eu tinha. Ficava sem me alimentar e adoecia ainda mais. E isso mudou muito minha vida adulta, pois tinha dificuldade de relacionamentos. Depois de muito tempo que consegui entender todo o processo e consegui superar a dor sofrida nessa fase da minha vida”, contou um dos muitos valadarenses vitimas de abuso infantil.

Por que falar do assunto?

De acordo com Érica Alves, psicóloga especialista em psicopedagogia, o aumento no número de abuso e exploração de crianças e adolescentes só mostra o quão urgente é alertar e educar as pessoas sobre o assunto.

“O abuso e a exploração sexual infantil precisam ser tratados com mais seriedade no mundo inteiro. Temos um número crescente de abusos de crianças e adolescentes no mundo, apesar de ser considerado um crime hediondo. Ter um dia com o objetivo de falar mais do assunto e divulgar para as pessoas é importante para que as autoridades possam fazer algo e para que os pais prestem atenção no problema”, destacou Érica.

Entenda a diferença entre abuso e exploração sexual

Por se tratar de um assunto complexo e pouco discutido, é comum que as pessoas se confundam ao usar definições e conceitos relacionados ao tema. E para facilitar o entendimento da diferença entre abuso e exploração sexual, o Jornal Diário do Rio Doce elaborou o  quadro  abaixo com as principais características. Confira:

Como identificar possíveis sinais de abuso sexual infantil?

De acordo com Érica, existem muitas formas de identificar quando uma criança sofre abuso. Em quase todos os casos a vítima tenta se manifestar da sua própria maneira. Por isso, é preciso se atentar aos detalhes e sempre ouvir a criança sem questionamentos duvidosos.

1. Mudanças de comportamento

O primeiro sinal é a possível mudança no comportamento da criança. Claro que pode ou não ser abuso, mas serve de alerta para os pais. Alteração no humor, agressividade repentina, vergonha excessiva e medo podem ser sinais de abuso.

Os pais devem ficar atentos, principalmente se a criança está inserida em um ambiente diferente do que ela está acostumada. Seja frequentando uma escola diferente, a casa de um amigo ou de parentes, se a criança mudar o comportamento de repente, pode ser um sinal.

2. Comportamentos sexuais

É preciso prestar atenção nos desenhos da criança, nas cores que ela usa e nos significados de seus desenhos. Crianças que apresentam um interesse por questões sexuais ou que façam brincadeiras de cunho sexual podem estar indicando uma situação de abuso.

3. Traumatismos físicos

Outra coisa é o biológico. Os pais devem observar se a criança está apresentando infecção de garganta recorrente ou em outras áreas íntimas. Nesses casos, é preciso investigar. Questões físicas, como marcas de agressão, doenças sexualmente transmissíveis e gravidez, são as principais manifestações que podem ser usadas como provas para a Justiça.

Como isso pode afetar o futuro da criança?

De acordo com a psicóloga Eliane Pereira, de 45 anos, uma criança que foi abusada poderá desenvolver vários transtornos e dificuldades de se relacionar socialmente, tornando-se uma criança solitária e agressiva.

“Muitas crianças passam por esse tipo de violência e acabam sendo marcadas para sempre, o que acaba gerando problemas na vida adulta. Pessoas que sofreram abuso na infância deixam de ter uma convivência na sociedade e acabam fazendo um isolamento de si mesmas; outros ficam agressivos e manifestam sua dor de várias formas, o que pode atrapalhar a vida adulta”, esclareceu.

Eliane disse ainda que muitas crianças não conseguem expressar o ocorrido, sentem-se envergonhadas e acabam levando isso para a vida adulta, gerando dificuldade de entender o que houve. Por isso, toda criança que passou por esse tipo de violência deve fazer um acompanhamento psicológico, para tentar reverter os danos causados. ( FONTE: drd.com.br)

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