O BEBÊ JÁ NASCE SABENDO FAZER MANHA ? – Por Dra. Táina Almeida

Quem nunca ouviu: esse menino nem nasceu e já está pegando manhã! Pois é, isso não existe. De forma equivocada essa informação foi passada e está enraizada na nossa sociedade. Não pega no colo, não balança, não do peito toda hora, deixa chorar que aprende. Isso só nos distância e nos desconecta dos nossos filhos. Por se tratar de um assunto relativamente novo, ainda há muito preconceito quando falamos disso nos consultórios. As pessoas tem a falsa ideia de que se não fizer isso desde muito novo a criança não vai obedecer, não vai ter limites. E os estudos mostram o contrário. Acolher e atender essas necessidades do bebê só servem para aumentar o vínculo e a confiança do bebe ao seu cuidador principal. Gerando muito mais respeito no futuro.
Lembrando que os primeiros meses de vida do bebe é conhecido como exterogestação, que é a gestação fora da barriga. O período de adaptação ao meio externo. A maioria das literaturas consideram esse período até os 3 meses de vida.
O bebe que era carregado e embalado num líquido amniótico, quando está fora, sente falta daqueles movimentos, por isso gostam tanto de serem ninados e embalados. O choro é único meio de comunicação nesse início, nem sempre significa dor ou fome. Então precisamos acolher esse bebê e saber que nem sempre o choro vai passar, mas jamais deixar o bebe sozinho para aprender a deixar de chorar sozinho. E o seio materno vai ser o principal local de aconchego e regulador emocional. Outra coisa que precisamos de aprender é que o peito não é só alimento, esse bebê vai mamar para encher a barriguinha e vai mamar para atender suas outras demandas. Então não tem problema toda hora estar no peito, isso vai passar, e não significa leite fraco ou pouco leite. É no colo que ele vai ouvir os barulho do corpo da mãe (o coração bater, o sangue fluir), ele ficou ali 9 meses e aos poucos essa demanda pelo colo vai diminuir, então pegue muito seu filho, essa fase vai passar.
Os estudos mostram imagens de cérebros de crianças que tiveram suas demandas acolhidas muito mais desenvolvidos daqueles que não tiveram. Quando algum familiar, amigo ou vizinho dá um conselho desses, sabemos que não é por mal. Foram o que aprenderem, mas hoje podemos mudar essa história com conhecimento atualizado.

Dr. Táina Almeida – é médica pediatra em Conselheiro Pena

* O texto e imagem é de inteira responsabilidade da autora e não representam necessariamente a opinião do jornal

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