É NECESSÁRIO INTERCALAR MEDICAÇÃO PARA FEBRE ? Por Dra. Táina Almeida*

Uma prática muito comum por aí, prescrita por médicos e até pediatras, é intercalar medicações antitérmicas em caso de febre persistente. Mas isso não é necessário. Estudos atuais recomendam que essa prática seja abandonada.
Mesmo os quadros que a febre vem alta e com curtos intervalos de tempo, não tem essa necessidade. De maneira geral o que se vê é um medo exagerado da febre pelas famílias e cabe ao medico explicar e não sair medicando com 1, 2 até 3 antitérmicos.
Durante um processo infeccioso (viral, na maioria dos casos), a febre é uma forma de controle da proliferação viral e todos querem eliminar ela rápido a qualquer custo. Não é para deixar a criança com febre, mas precisa aprender a reconhecer os sinais de alertas, as doenças e as idades que merecem uma investigação mais rápida. E até saber realmente o que é febre e não sair medicamento temperaturas como 37.5°C.
Os artigos alertam que essa prática de intercalar antitérmico, aumentam a chance de intoxicação. Como eles possuem o mesmo mecanismo de ação (inibição da prostaglandina E2), o risco de eventos adversos se multiplicam sem qualquer melhora no objetivo final.
O manual da Sociedade Brasileira de Pediatra trás 3 antitérmicos disponíveis no Brasil: paracetamol, dipirona e ibuprofeno. Todos eficazes e seguros quando usados dentro da faixa terapêutica e de modo isolado. O ibuprofeno por ter também uma ação anti-inflamatória, em alguns casos não será nossa primeira escolha.
Mais importante ao invés de alternar remédios é hidratar muito a criança. A perda de líquidos que ocorre durante o ciclo febril pode ser a chave para explicar o ciclo persistente ou excessivo de elevação da temperatura. Por isso sempre, sempre, ofereça bastante liquido (de preferência água) e tenha um bom pediatra para te orientar.

Dr. Táina Almeida – é médica pediatra em Conselheiro Pena

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