O TRATAMENTO ODONTOLÓGICO EM PACIENTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA). – Por Dra. Fátima Zambom*
Dificuldade na abordagem, comportamento repetitivo e limitado, recusa para responder alguns comandos são alguns dos desafios encontrados, e muitas crianças não recebem o tratamento odontológico devido ao medo e a falta de profissionais capacitados.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por dois grandes eixos: dificuldade de comunicação e interação social, e padrões de comportamento e interesses restritos e repetitivos (DSM-V).
O Centers for Disease Control and Prevention (CDCP), em 2010, apresentou uma taxa de prevalência de 1 em 59 crianças com transtorno do espectro do autismo em 2024, sendo no sexo masculino uma prevalência de 4-5 vezes maior do que no sexo feminino.
A dificuldade no processamento sensorial é característica no autismo, com estudos indicando a presença de dificuldade no processamento sensorial em até 95% das crianças. Podendo apresentar uma super responsividade e isso influencia nos cuidados bucais, além de dificultar a cooperação durante o tratamento odontológico.
É fundamental que a criança com Autismo apresente sempre uma saúde bucal adequada e, para isso, é necessário que haja protocolos preventivos.
O Odontopediatra deve ser capaz de realizar o tratamento de crianças autistas no consultório odontológico e utilizar técnicas de manejo comportamental como a história social prévia a consulta, ambiente sensorial adaptado, utilização de imagens e outras técnicas que podem viabilizar esse atendimento, diminuindo a indicação para anestesia geral.
Hoje já se sabe os principais problemas bucais do autista e saber lidar e tratar são de extrema importância para o sucesso do tratamento. Você sabia que 90% dos autista independente do grau tem problemas periodontais e problemas relacionados a ATM, como o bruxismo?
Autismo é preciso conhecer para saber lidar.
- Dra. Fátima Zambon é Cirurgiã Dentista – Especialista em Odontopediatria
- O texto é de inteira responsabilidade da autora