SABOTAGEM – Por José Nilson*
Depois do evento Jesus de Nazaré, até os dias de hoje, nos acostumamos a cumprir preceitos, regras, mandamentos ou normas de conduta, que podem ter origem pagã, religiosa, legalista ou moralista, ou tudo isso junto. A consequência é a formação de pessoas cheias de religião, pouco conhecimento e vazias de Evangelho, fragilizadas espiritualmente e corrompidas na alma.
Nos bastidores a orientação é esta: tomai cuidado para que a reflexão da Palavra não venha a ofender, constranger, envergonhar, assustar, ou até mesmo magoar quem participa e com isso correr o risco de perder membros, tirar o brilho e a alegria da celebração e enfraquecer a instituição. Procure usar palavras amenas, jaculatórias e invocações próprias para cada momento.
Para que tudo saia dentro do script, do roteiro, do combinado. Afinal estamos reunidos para cumprir uma agenda religiosa e não ficarmos avaliando se o que fazemos ou falamos é certo ou errado; nada de evangelho, nada de amadurecimento espiritual, nada de tornar nossas relações humanizadas; de Jesus? Nós queremos só o nome, nada de Espírito de Jesus, o negócio é cumprir a agenda. As palavras aqui, são padronizadas e semelhantes, seguem um padrão linguístico pré-estabelecido; se quiser fazer parte, trate de se adequar ao nosso modo, caso contrário afaste-se! Logo penso: como é exaustivo pregar o Evangelho de maneira genuína, onde ele não é vivido, onde ele é negligenciado e danificado. Em relação à justiça e o direito, são muitos encontros estéreis, realizados de forma mecânica e viciada, se tornam uma necessidade psíquica para a pessoa.
Os profetas, Jesus e seus discípulos combateram esse cumprimento da letra da Lei, e sempre viveram o Espírito da Lei. Cumprir somente a letra, a agenda, não desenvolve o espírito, mantém a pessoa em estado de estagnação, morta em si mesma, afastando-se de sua essência. Jesus chama essa pratica de hipocrisia, por fora sepulcros caiados, tudo muito bonito, ritos, regras e morais; por dentro cheios de podridão, julgamentos, ambiguidades, soberba e muita dissimulação.
O Apóstolo Paulo disse: mesmo que eu distribuísse todos os meus bens aos pobres, ainda que eu entregasse o meu corpo para ser queimado, se não praticar o amor e a justiça, nada adiantaria, isto é, não muda a realidade. Já está provado que só praticar uma caridade condicionada não resolve o problema.
O Projeto de Deus é promover a vida, a liberdade, a justiça e o direito, esse é o chamado, para acabar com a desigualdade social. – Por uma sociedade sem males –
*José Nilson se declara, sacerdote, profeta e rei
-o texto acima é de inteira responsabilidade do seu autor
