CRISE HÍDRICA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DOCE “REALIDADE OU SENSACIONALISMO?” Por Valter F. Andrade

 ANTIGO PONTO DE CAPTAÇÃO NO RIO DOCE QUE ABASTECIA A POPULAÇÃO DE CONSELHEIRO PENA  /  FOTO: Valter F. Andrade
ANTIGO PONTO DE CAPTAÇÃO NO RIO DOCE QUE ABASTECIA A POPULAÇÃO DE CONSELHEIRO PENA / FOTO: Valter F. Andrade
Valter Ferreira de Andrade -  Técnico em Saneamento Ambiental / Servidor da FUNASA
Valter Ferreira de Andrade – Técnico em Saneamento Ambiental / Servidor da FUNASA

A cada momento surge uma leitura da situação hídrica na bacia hidrográfica do rio doce. Para alguns nada de anormal, tendo em vista que nos tempos passados, grandes secas e estiagens prolongadas já haviam acontecido e que isto é nada mais nada menos do que ciclos naturais decorrentes  da mãe natureza.

Na verdade o que nos leva a bater constantemente na mesma tecla sobre o Rio Doce, são as condições críticas que ao longo do tempo temos acompanhado e lamentavelmente o que se percebe é que todos os municípios da  bacia,  principalmente os que estão situados à sua margem e que utilizam o manancial para abastecimento público são testemunhas da baixa vazão que já se arrasta por  mais de uma década sem qualquer sinal de recuperação.

“Segundo Ney Murta,  especialista em recursos hídricos  da Agência Nacional de Águas / ANA, a situação é muito crítica, pois é a pior seca do Rio Doce nesses últimos 84 anos.”

No município de Conselheiro Pena é possível observar no antigo ponto de captação  da cidade o tubo que aduzia  água para o poço de bombeamento para tratamento na ETA totalmente descoberto. Vale lembrar que entre os anos 2005 e 2007,  esse mesmo tubo ficava  no mínimo a dois metros de profundidade. Após o ano de  2011 esse nível vem  diminuindo drasticamente e apenas nos períodos  chuvosos  permanece submerso, reaparecendo   em poucos dias   essa triste  realidade. Uma sena que nem o mais pessimista morador das margens do Rio Doce poderia imaginar um dia deparar com um cenário tão deprimente.

A revitalização da bacia hidrográfica do Rio Doce passa por uma população estimada em 3,5 milhões de habitantes distribuída em 228 municípios. Há na Bacia o CBH-Doce, diversos comitês de bacias, Agência de Bacia instituída, 228 prefeitos, 228 vice – prefeitos, inúmeros vereadores, Juízes, Promotores do Meio Ambiente, SAAEs, COPASA  e uma gama de pessoas capacitadas para estarem juntas na luta pela recuperação de um Rio doente que a muito tempo vem gritando por socorro. Essa é a grande realidade. “ONTEM ELE FEZ MUITO POR NÓS… HOJE ELE NECESSITA QUE FAÇAMOS ALGO POR ELE.”

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4 comentários em “CRISE HÍDRICA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DOCE “REALIDADE OU SENSACIONALISMO?” Por Valter F. Andrade

  • 14 de outubro de 2017 em 18:38
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    Muito bem sua colocação Valter!
    Precisamos salvar todos os rios que estão numa situação lamentável.
    Penso que grande parte da nossa culpa é a drenagem das baixas. Elas alimentam o subsolo. E o desmatamento do topo dos morros.
    Se cada um fizer um pouco, junto faremos muito.

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    • 15 de outubro de 2017 em 23:21
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      Nos ja vivemos num deserto ” VERDE ” o capim e se seguirmos esse rumo muito em breve chegaremos as montarias de CAMELOS desejosos de um OASES

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  • 15 de outubro de 2017 em 05:58
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    As autoridades competente nao trate com descaso a situaçao do nosso RIO DOCE nao deixe que ele morra.

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  • 15 de outubro de 2017 em 08:19
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    Parabéns Valter,informações completas e atualizadas.A bacia possui uma população e gestores capazes de interferir nesta situação,falta vontade e iniciativa o rio pede socorro a muitas décadas.

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