DEPRESSÃO E QUARENTENA – Por Dr. Luis Eduardo G. Ribeiro*

As medidas adotadas para conter o novo coronavírus, como fechamento do comércio e estímulo ao home office, manterão milhões de brasileiros isolados dentro de casa. Muitos deles, sozinhos, em pequenos espaços e por um período ainda desconhecido.
É fundamental não perder o contato pelo telefone ou virtual, com amigos e familiares, principalmente os idosos. Pessoas que trabalham continuem seus projetos em casa sempre que possível. É importante manter o autocuidado com a alimentação, hidratação e se comunicar por meios eletrônicos. É necessário ocupar a mente com outras coisas e não passar o dia vendo notícias sobre coronavírus. Não podemos ficar concentrado na doença, pois isso pode gerar uma obsessão mental e incapacitar as pessoas de se desenvolverem. A mudança comportamental repentina e a diminuição das relações interpessoais, associados a um estresse coletivo de medo, podem resultar em diversos transtornos psicológicos. Aproximadamente 25% da população brasileira possui algum grau de depressão e a falta de cuidados durante o isolamento pode fazer esse número disparar. Mas o que fazer para evitar que isso aconteça?
Interação virtual: O isolamento é um importante fator de risco para aumentar a ansiedade e, por consequência, a depressão. Uma das saídas para evitar esses quadros é a interação virtual. O ideal é fazer conversas em vídeo para ver as reações da outra pessoa e ter um contato mais humano do que uma simples ligação de voz. Isso também diminui a sensação de distanciamento. É importante participar de grupos de WhatsApp com colegas do trabalho ou até vizinhos, procurar interagir.
Não fazer tudo no mesmo dia: Na ânsia de manter tudo em ordem e ocupar a mente, é comum as pessoas em isolamento social tentarem resolver todas as tarefas de uma só vez. Essas atividades devem ser feitas de maneira parcelada, para que não haja um esgotamento rápido. É importante fazer exercícios de respiração e meditação. A intenção é se manter o mais calmo, amparado e relaxado possível.
Fobia social e transmissão de pânico: Outra preocupação é o medo de contrair coronavírus desenvolva um Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). A pessoa pode manifestar esse transtorno pelo vício de passar álcool gel nas mãos, além de desenvolver uma fobia social. Principalmente aquelas pessoas que já têm dificuldade de interação acabam ampliando seus medos, mesmo após o fim do isolamento. Para piorar, outras ainda são contaminadas pelo pânico externado pelo outro e passam a reagir da mesma maneira. O correto é ocupar a mente, evitando excsesso de notícias sobre a doença, assim como pessoas com sentimentos pessimistas.
Usar a criatividade para fugir da rotina: Mesmo sem seguir muitas recomendações, é possível conviver em isolamento por algumas semanas. Mas que a partir da terceira ou quarta semana, é necessário inovar. É importante, por exemplo, fazer novas receitas no almoço, fazer exercícios diferentes em casa, quebrar a rotina ao máximo. Parar uma série no meio e começar outra, interromper o livro no meio e começar outro. Desobedecer a ordem natural das coisas e tentar sermos pessoas diferentes é essencial.
Com união, tranquilidade, obedecendo as medidas de segurança; venceremos o Coronavírus.
Na suspeita de Dengue, NÃO SE AUTOMEDIQUE, procure seu médico com urgência.

*Médico Generalista- Ginecologia e Obstetrícia

**o texto é de inteira responsabilidade do autor e não representa necessariamente a opinião do site

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